quarta-feira, novembro 21, 2007

Várias vezes ao mês sou acometido de doenças que podem exigir transplantes (bem sei que o médico diverge sempre do meu duagnóstico, quando lho comunico e me chama hipocondríaco: em compensação, chamo-lhe incompetente, um ser bafejado pela sorte (até agora, tenho recuperado, por mim e à minha própria custa dos meus achaques).
Bem, mas nesta coisa de transplantes, ter a família biológica ao lado é essencial: não há afecto de pai ou mãe do coração que valha um rim, um pedaço de fígado, uma xícara de medula. A minha simpatia está, por isso, com o possível dador, com o pai biológico - isto sem falar que não se pode legitimar a filiação por usucapião, também possível de ocorrer em casos de raptos, etc, e o que levaria a que, quem agora brame pela verdade afectiva pudesse ver-se afastado de um filho raptado em favor dos raptores, principalmente se estes forem partidários dos ensinamentos das primeiras e permissivas edições do Dr. Spock.
Aqui no fim, porque me perdi entretanto, deixo o argumento da falta de paciência (que era para pôr já não sei onde - o post estava para ser maior), que consiste em, como se deduz, não haver paciência para os sentimentais psicólogos e outros peritos em estados de alma que temem pela saúde mental da criança quando for devolvida ao seu verdadeiro pai. Muitas criancinhas são, pelos mais variados motivos, afastadas de com quem sempre conviveram para irem viver com outras pessoas que não conhecem bem sem que isso acarrete dramas insuportáveis.
Creio que, dos mercados de petróleo aos plúmbeos brinquedos chineses e destes aos pedopsiquiatras portuguesas, uma imensa onda de histeria percorre o mundo.

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