Os juízes têm uma associação sindical, fazem greves (direito específico dos assalariados, dos trabalhadores ou funcionários de outrém) e depois admiram-se que lhes queiram aplicar o regime dos funcionários públicos...
E para fazerem valer a sua indignação vêm, pela pena do presidente (ou secretário-geral) da tal associação sindical escrever ao primeiro Sousa, reivindicando.
Os juízes portugueses transitaram, sem incómodo, do antes 25 de Abril para o depois. Se o antes do 25 de Abril era uma ditadura (o que, entre outras coisas, quer dizer que há uma confusão dos poderes do estado...) isso não obstou a que muitos, agora nos lugares cimeiros do poder judicial tivessem ingressado na carreira no tempo em que o Presidente do Conselho era o Prof. Doutor Marcello Caetano, o que, a ser o regime anterior ao 25 de Abril, de facto uma ditadura fascista, faria deles cúmplices dela... Não sei se terão pensado muito nisto... Mas enfim, por mim penso que o regime era atípico e que havia mesmo separação de poderes, talvez até mais do que agora, de uma e outra parte. E se os juízes associados-sindicalizados e grevistas em geral - o que quer dizer, em suma, que não perceberam o que é um juiz numa democracia - não mereceriam, talvez, por eles, o nosso incómodo, não podemos, por nós, enquanto cidadãos, deixar que ocorra tal funcionalização - se é que, verdadeiramente, existe esse perigo (não vi a proposta de lei).
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