sexta-feira, junho 12, 2009

Há dois anos vivi um Verão de quase alucinação neste hotel, por conta da insónia: adormecia tarde e às 8 da manhã estava acordado. Atribui tudo às agruras da meia-idade. Talvez, mas as cortinas tinham uma quota parte importante no estado vigil que então não percebi e hoje me pareceu evidente. Clarividências da senectude.

Comprei ontem o livro da Leonor Botelho, por ter ouvido dizer bem e gostar de memórias. Nascido quase dois decénios depois, ainda pude assistir ao ritual do "fecho da casa" com a vinda do Verão e que nas "Casas faladas" é tão bem lembrado. A existência de várias casas, numa altura em que se não " ia a" (excepto Lisboa, mas não me lembro de, em pequeno, ir e voltar no mesmo dia), as viagens eram "para" fez-me pensar que a diminuição dos rendimentos e a carestia extinguiram - como na história a invenção da agricultura - os prazeres dessas errâncias.

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