Já me tinha interrogado se não existiram estudos sobre isso. Isso é o medo, mais precisamente o medo inspirado pelas notícias económicas, e como modifica o comportamento das pessoas comuns. E claro que existem tais estudos: a informação afecta as decisões económicas (como e em que medida já valeu um Nobel) pode provoca o pânico e há dias alguém considerava difícil discernir se o que se tem passado nos últimos dias não é apenas puro e cristalino medo.
Hoje, por exemplo, os mercados descem 3% a 5% porque as vendas a retalho nos USA desceram mais do dobro que o previsto.
Eu acho que desceram coerentemente: qualquer bulímico adolescente norte-americano hesitaria em pedir um segundo hamburguer ou a dotar o seu sorvete de uma dose dupla de top, se os acasos do zapping o tivessem posto em contacto com algum dos canais económicos: a linguagem é sinistra, lembrando crónicas de naufrágios e afundamentos, incêndios e pestes, um tom apocalíptico, aterrorizador. E os norte-americanos, depois de adiarem as compras de carros, obras, etc, estão agora, aterrorizados, a cortarem nos jantares fora de casa.
Lamentável.
Entretanto, aproveito a ocasião para agradecer ao Bloomberg alguns momentos de puro terror e infelicidade pró-activa como não sentia desde a minha mais tenra infância. Tenho muita pena que a actual insuficiência de meios me impeça de poder agradecer devidamente.
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