Nós não sabemos de nada, nem entendemos nada. Enquanto vivemos aqui, tristemente, o nosso quotidiano mesquinho, creio que o nosso governo e grande parte da população do poder vive já no mando efectivo do futuro quintimpérico do mundo, na qualidade de plurais sogros da Grandeza Universal, com que o filial Brasil tem núpcias contratadas, sendo de supor que Angola, essa demoiselle prendada, faça parte do cortejo nupcial.
O nosso papel é, por isso, o dos criados broncos que nada percebem das cogitações geniais do patrão talentoso. Façamo-lo bem, para que a audiência ria da nossa atarantação grotesca e demos graças por, depois de 400 anos de ressaca épica, entrarmos na fase picaresca.
A questão da ortografia - e as outras - que canhestramente colocamos é um desses asssuntos em que se enreda a nossa insuficiência e com que incomodamos quem se ocupa já do futuro do mundo. Em palco, estamos de papel na mão, a tartamudear razões de aldeia enquanto o príncipe deste novo mundo preguiça num salão minimal, ouve Das Märchen de Emmanuel Nunes, e se ocupa do traçado das órbitas (sempre direi que mais adequada seria a Música das Esferas).
A seus pés, representantes das nações do mundo, esperam.
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