Interesso-me tanto por futebol como por macramé - que julgo ser um hobby hippie.
Mas interesso-me pelo nosso sistema judicial.
Ontem foi conhecido o despacho que rejeitou a acusação deduzida pelo M.P. num caso de corrupção de árbitros. Com base em elementos que constavam do processo, o Juiz verifica que a testemunha Carolina Salgado está a mentir por, não sendo crível que possua o dom da ubiquidade, não poder ter escutado uma conversa telefónica que afirmou ter ouvido por estar na sala ao lado, quando, afinal, se encontrava, àquela mesma hora, a alguns kilómetros do sítio onde afirmara estar, como limpidamente se retira da análise das escutas feitas - que também indicam a localização da antena que recebe as chamadas.
Uma evidência para qualquer pessoa que olhasse para o processo e reflectisse no que lá está, tirando as respectivas ilações...
Nos Estados Unidos uma destas custaria, quase de certeza, a carreira ao acusador público.
Aqui, a incompetência e o amadorismo, embora provados, preto no branco, em documentos oficiais, custam-nos milhares de contos a nós.
E vai ser interposto recurso. São um exemplo de subdesenvolvimento estes recursos contra e evidência e ao arrepio da sensatez, ou melhor dizendo, esta demora burra em perceber - ou a fingir que se não percebe.
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