sexta-feira, setembro 14, 2007


Souvenir d'Été
Contou isto com dramatismo: «Pegámos em meia dúzia de coisas, nas jóias da Luisinha, nome fictício, e saímos dali a correr, nem imaginam...» - acrescentou mais dificuldades do caminho, lamas e precipícios, e foi-se embora, orgulhoso da diligência revelada, do perigo superado. N voltou ao Pimms. Bebeu um pouco mais de number one (the best one), pôs o copo sobre a mesa: «Não sabia que a Luisinha tinha jóias». Rodava, lentamente, com o polegar, um anel que tinha no anelar da mão direita, um dos milhentos anéis de piscina, variações estivais, em pedras semi-preciosas e oiros estranhos, dos a sério. Mão atarefada e preguiçosa: entre o indicador e o médio, apagava-se um cigarro quase reduzido a cinza. Empurrei a aba do chapéu, abri uma brecha por onde espreitei o galracho, e não vi o cinzeiro que está sempre no chão, ao pé de N. «A seca que é se se esqueceram de trazer o cinzeiro. A maldita seca que é!».

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