Ontem, na manhã de Ponte de Lima, na palração da missa no Largo da Havaneza, reencontrei gente que não via há eras. As senhoras, que concedem alguns dias deste mês às casas de família, das mais bonitas de Portugual, e protestam um desejo acutilante de lá viverem sempre se pudessem, sente a gente que, após as Feiras Novas, correm contrariadas para a tristeza de Lisboa. Os maridos estão, como eu, mais gordos, alguns mais calvos e dados às polítiquices locais: quando muito lhes pedem, fazem júri em coisas de cavalos. Elas e eles com o humor ainda mais excelente e mais subtil. Tive muito gosto em revê-los.
Hoje, já aqui em baixo, depois de uma chegada atribulada com o extravio de partes de bagagem já dentro de casa - uma proeza de que nunca tivera a imodéstia de me julgar capaz - a manhã muito límpida e bem cheirosa reconciliou-me com a perda - porque adormecera extenuado, perplexo e vexado e não dera ainda com as miseráveis coisas perdidas. O achamento não foi senão há bocadinho, ao abrir uma janela que deita para a varanda: lá estava tudo, explicação incluída e esta não tão bizarra ou asssustadora quanto esperava.
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