A relação Portugal-Brasil é assimétrica. Em muitas questões, mas refiro-me à da memória do passado colonial: Portugal já não lembra o Brasil enquanto colónia. Depois do 1822, aqui houve as guerras liberais e, depois delas os esforços voltaram-se para a construção de um império africano. Ao contrário, o Brasil não teve outro colonizador. A memória de Portugal - e do poder colonial português - permanece, por vezes distorcida até à total irracionalidade, o que tudo é parte do esforço com que o Brasil se dedica à morte do pai. A questão do «acordo» ortográfico é um episódio nesse difícil processo do Brasil crescer. Outra, menor, mas não menos elucidativa, a tentativa de apropriamento do Cavalo Lusitano, que ficaria sob o controlo do Brasil....
Alguém tem de explicar ao Brasil que esses tiques de filho único não são admissíveis. E explicar aos portugueses que falta de firmeza em relação ao Brasil é tão uma má política quanto má educação: os adolescentes, e o Brasil é-o até nos extremos nacionalistas que aqui e no resto da Europa ou Estados Unidos seriam considerados manifestações intoleráveis de chauvinismo e xenofobia, os adolescentes dizia, principalmente aqueles com mau aproveitamente escolar, toda a gente sabe, gostam de ouvir um não e nada os desilude mais do que um pai complacente.
Alguém tem de explicar ao Brasil que esses tiques de filho único não são admissíveis. E explicar aos portugueses que falta de firmeza em relação ao Brasil é tão uma má política quanto má educação: os adolescentes, e o Brasil é-o até nos extremos nacionalistas que aqui e no resto da Europa ou Estados Unidos seriam considerados manifestações intoleráveis de chauvinismo e xenofobia, os adolescentes dizia, principalmente aqueles com mau aproveitamente escolar, toda a gente sabe, gostam de ouvir um não e nada os desilude mais do que um pai complacente.
Portugal parece esquecer-se destas verdades simples.
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