sábado, abril 25, 2009

À espera d'O crepúsculo dos deuses, transmitido na Antena 2 do Metropolian (e sinto-me anos atrás, quase a fazer arcádia sem fios), leio, ao acaso, cartas de Proust.
Esta, dirigida a uma senhora que julgando-se retratada em Odette, lhe escrevera foribonde, termina deste modo: «et en disant adieu à la cruelle epistolière qui ne m'écrit que pour me faire peine, je mets mes respects et mon tendre souvenir aux pieds de celle qui m'a jadis mieux jugé» O alfange da lisonja - a capacidade de julgar de outrora, um suborno: o souvenir tendre, a deslocação da cruauté para a autora epistolar, para um estado de alma passageiro.

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