O público que ontem vaiou o primeiro Sousa no CCB era soberano a vários títulos: porque tinha comprado o seu bilhete, porque o CCB foi construído com o seu dinheiro, porque os ministros o servem e não são servidos por ele: que se passe por cima disto e haja o arrojo de fazer atrasar o início da ópera para nele acomodar o atraso do primeiro-ministro é o sinal de que o abandalhamento chegou onde não se esperava que chegasse.
Espero que tenha sido uma vaia bem viva e sonora dos responsáveis pelo espectáculo a Sousa, se não avisou que chegaria tarde e não rejeitou a triste ideia do atrasar o começo da ópera.
P.P. (post post): a vaia, uma forma de protesto que vem da antiguidade clássica e com tradições nobilíssimas entre nós (D. Pedro IV foi vaiado em S. Carlos) parece-me uma demonstração excessiva para o atraso do Sousa e responsáveis pela espera. Uma pateada bastaria.
Mas somos assim, um povo generoso.
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