A realidade explicada
Não há qualquer motivo económico ou ético confessável para que o estado resolva salvar o Banco Privado Português.
Porque o faz, então, este governo? Um dos motivos será o de aumentar um pouco mais a influência no mundo da alta finança, onde as gentes do PS, salvo alguns happy fews, não tinham entrada. Mas, sobretudo, por esse desejo de não inscrição de que falava José Gil no "Portugal de hoje: o medo de existir".
Este governo partilha com o Prof. Salazar o gosto pela habitualidade, pelo formigueiro ordeiro das coisas de todos os dia, onde poderão caber algumas obras públicas - melhoramentos silênciosos, passado o foguetório da inauguração (v.g. os dez estádios) - mas onde nada, feliz e verdadeiramente acontece. Ao contrário, a bancarrota de um banco, mesmo de um que seja um mero club, para além do estrondo do momento, é algo que se perpetua em exemplos morais, advertências, memórias temerosas, ressentimentos dos membros do club e famílias, tudo um acontecer excessivo e assustador que nos perturbaria a alma.
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