segunda-feira, abril 23, 2007

Ao contrário do que se proclama, não vejo, por estes tempos, brandos costumes, a menos que por tal se tome o mero desleixo. A regra, feita de hábito, parece-me ser a indiferença pelos outros, pelo sofrimento dos outros, com as excepções de uma mancheia de bons sentimentos inócuos que, sem compreender bem, se copiaram lá de fora e se exibem televisivamente ou em letra de forma, para inglês ver. O que domina aqui, no Portugal de hoje, é ainda, parece-me, essa rudeza desapiedada e lenta, com vagares campónios, que, no seu melhor - e quando traduzida em práticas de estado ou na lei - não vai além de um áspero e desabrido autoritarismo.

Sem comentários: