quinta-feira, outubro 16, 2003

Leio a interrogação no Textos de Contracapa: "Afinal que país real conhecem a eles, que ideia têm a nosso respeito (...)?"
A resposta parece-me evidente e é cruel: eles são o país real... e, quando e quanto por eles nos pensam, não erram muito: o que lhes escapa, aquém e além, é pouco.
Os protestos que agora ouvimos e em que comungamos são a expressão de uma inevitável - e desprezivel - margem de erro, um desvio estatístico, uma imprecisão, meia dúzia de inquietações.
Que aí se inscreva, desde o séc. XIX, a malaise do ser português, que é, no seu melhor, o sentimento de uma derrota, eis a questão triste.

Por mim, perdõe-se-me o egoísmo e a ambição, finjo que estou cá de férias e dou-me por feliz quando encontro comensais para jantar agradavelmente. E como sigo a medida de Lucullus - não menos que as Graças, não mais que as Musas, não me queixo em demasia.

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