terça-feira, outubro 14, 2003

Caducidade

Areia movediça das horas. Silente e contínuo escoar-se
mesmo do edifício felizmente sagrado.
A vida sopra sempre. Já sem ligação ressaltam
as colunas ociosas, sem carga

Mas o decair: é ele mais triste que o regresso
da fonte ao espelho que ela de brilho empoa?
Mantenhamo-nos entre os dentes do mutável,
que de todo nos tome na fronte contemplativa

Rainer Maria Rilke, Muzot, fins de Fevereiro de 1924
Trad. de Prof. Paulo Quintela
Ed. Asa

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