Em pouco tempo, várias coisas me impressionaram. A primeira foi ontem, quando verifiquei que podia clicar num post com uma hiperligação e ver e ouvir com bom som os videos do youtube, isto tudo no meu gadget novo. Vi e ouvi o By the sea - e como não está ninguém posso dizer que tive grandes admirações e acho que acenos de cabeça a condizer. Tenho feito mais descobertas e já para lá despejei muitos megas de Bach, Mozart e os quartetos finais do Beethoven. Mais alegrias: chegou e detectou logo a rede sem fio e pediu a palavra-chave. Gostei do desenxovalho. Foi difícil, mas acabei por encontrá-la e funcionou. O informático, a quem contei isto a pretexto de saber se o sistema de segurança da rede era o melhor (há dois e um deles é um mau) ficou um pouco ofendido por eu ter descoberto a pass e que tinha tido sorte em não desconfigurar. Alegrei-me que também ele provasse da inutilidade que tanto afligiu os Bourbons, mas de boa vontade assenti na minha imensa e imerecida sorte.
Tenho meditado muito sobre como teria sido a minha vida se tivesse uma coisa destas aos 15 anos, aquela idade tão desagradável, até para La Boétie, de quem muito me lembrei numa volta a pé que resolvi dar antes de chamar o táxi (já com o novo device, o Keith Jarrett deixa de tocar automaticamente quando fazemos a chamada e retoma depois) e vim para casa para a primeira desilusão: a sincronização dos contactos não funciona bem porque não uso o Outlook. Em compensação, é fácil e divertido encontrar as casas de amigos espalhadas pelos campos, sempre situadas em estrada desconhecida e ficar espantadamente grato pela previsão do tempo abranger esta cidadezinha. Senti um arrepio de optimismo que tinha - juro - qualquer coisa de pré-PS, de momento Magalhães. Estremeci com estas petites servitudes agradecidas. Mas, agora o que queria era falar do bife. O bife, grelhado, em sangue, muito tenro, muito saboroso, era holandês. O feijão-verde era de cá, e estava com aquele excesso de cozedura que faz lembrar que também a eles, legumes, cabe a fornalha ardente. O arroz estava mau: embora seco, espapaçado. Semi queixei-me com bonomia. Disseram-me, muito simpaticamente, vendo em mim um companheiro de infortúnio, que a culpa era do hábito nacional. Ele, filho do dono, gostava, como eu, dos vegetais al dente (eu não tinha dito tal coisa). Os legumes servidos em side dish (à parte? duvido que seja a melhor tradução. Dantes não havia essas coisas e os quartos-minguantes ficavam - e ficam - lotados com 3 folhas de alface e mantê-las lá é um bom exercício para dias chuvosos)
Agora vou acabar de preencher os contactos, com as novas funcionalidades.
No caminho, há pouco, casas e casas abandonadas, uma delas habitada ainda num dos extremos - um gato numa janela, o som da televisão - enquanto que no outro as janelas já estão desfeitas e é quase ruína.
Isto não é um daqueles fins.
Sem comentários:
Enviar um comentário