quarta-feira, novembro 23, 2011

O relojoeiro chegou às dez e meia.
Lembrava-se do último arranjo, há 15 anos.
Uma suspeita de reprovação por, como confessei, não ter sido limpo nem oleado desde aí.
Levou para consertar.
Um mês, porque, depois de reparado, fica um mínimo de 15 dias em observação.

Ontem, antes de adormecer, li Chestov, sobre Kierkegaard.
Depois, fechei a luz e fiquei a pensar - não por muito tempo - no que Chestov diz sobre a catharsis grega, a purificação oriunda da convicção que tudo nascendo e morrendo, a verdade imutável forçosamente há-de ser procurada para além do que está sob a lei do nascimento e da morte.

Um alegre post-scriptum sobre o relógio, que o relojoeiro veio aqui trazer dia 29 de Dezembro.
Afinado, limpo e a funcionar.
A conta acompanha, infelizmente, as alturas da minha alegria.

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