sábado, novembro 29, 2003

Ao contrário do que se diz, não acho que os portugueses trabalhem pouco:trabalharão mal, de um modo desorganizado e, por isso, trabalharão muitas vezes atabalhoada e desnecessariamente, mas trabalham.
Nas cidades maiores, vivem quotidianos de puro horror, condenados a viagens longas para irem pôr os filhos a creches, jardins-escolas ou escolas, depois para o trabalho, geralmente, em ambientes soturnos.
De há muito que, exceptuadas algumas migalhas de classe média, perderam o hábito de, depois do "emprego", cavaquear um pouco num bar ou num café, de ir ao cinema, ou apenas de passear para "ver montras".
Aqueles que queiram reproduzir quotidianos mais agradáveis que conhecem pela televisão, não têm condições para tal: ganham geralmente mal, as empresas são mal dirigidas - quem se lembra daquele relatório sobre os gestores portugueses? - previlegia-se o "ficar até tarde", o ar atarefado que esteve em moda há alguns anos, na América do Norte. Sucumbe a maioria.
E os mais afoitos que suspiram por um dia-a-dia mais ameno, depressa caem nas malhas da mafia dos "tempos de lazer", que inclui programas culturais, alguns com "motivações" e "animação" para criancinhas (!!!), a "escapadela exótica", com várias horas de avião em classe turística ou, mais domesticamente, "descobertas" de "sabores", de "outros viveres" de "outros tempos": De um modo ou de outro, todas implicam movimentações, balbúrdias, levantares cedo e, na maioria dos casos, maus enchidos ou "souvenirs" etnologicamente correctos, impingidos a preços idiotamente absurdos.
Falo com completo desconhecimento do assunto, senão por vagos relatos que, aqui e ali, e sem qualquer escrúpulo, oiço.

O Impensavel não dá, por isso, quaisquer sugestões para este fim-de-semana prolongado.

P.S. O Impensavel tinha-se prometido, meses atrás, aproveitar os feriados de Dezembro para arrumar umas estantes, mas tratou-se de um dispensável e infantil embuste. Lembrá-lo, eis uma "ocupação" para um fim-de-semana prolongado.

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