Junho. O tempo passa.
Há dias, um político perguntava-se sobre o porquê do salazarismo ter demorado tanto.
Entretanto, na televisão, uma criada de Salazar veio visitar o Palácio de S. Bento.
Conta hábitos frugais e o relato das poupanças faz ressaltar a ironia: na altura, Portugal crescia quase 10% ao ano... Hoje, o inquilino de um palácio de São Bento sofisticado dirige um país falido.
Está-se a pensar nestes desconsertos quando se vê a empregada que, na Feira do Livro, encontrou, ocasionalmente, Santana Lopes, que ocupou o mesmo lugar de Salazar: a chefia do governo português.
Não sei porquê penso no monólogo de Alfred Doolittle, pai de Elisa.
A questão é que indignos ou dignos, a apoiar - ou tolerar - uma ditadura ou a viver em democracia, as necessidades são as mesmas - e cada vez temos menos.
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