«Agora, é evidente que, de três, uma: ou o
Brasil vai propor uma revisão do AO, ou tratará de a empreender pro domo
sua sem ouvir os outros países de língua portuguesa, ou fará como em
1945, deixando-o tornar-se letra morta por inércia pura e simples. No
primeiro caso, mostra-se a razão que tínhamos ao insistir na suspensão
do AO, a tempo, para revisão e correcção. A iniciativa deveria ter sido
portuguesa e muitos problemas teriam sido evitados. No segundo caso,
mostra-se além disso que continuamos a ser considerados um país pronto a
agachar-se à mercê das conveniências alheias. Com a desculpa, a raiar
um imperialismo enjoativo, da "unidade" da língua, em Portugal haverá
sempre umas baratas tontas disponíveis para se sujeitarem ao que quer
que o Brasil venha a resolver quanto à sua própria ortografia. Foi o que
se passou em 1986 e 1990. No terceiro caso, mostra-se ainda que
ficaremos reduzidos a uma insignificância internacional que foi criada
por nós mesmos.»
Vasco Graça Moura, no Diário de Notícias de hoje. Aqui.
Vasco Graça Moura, no Diário de Notícias de hoje. Aqui.
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