Francisco Sá Carneiro - ontem, dia 2 de Dezembro, fez 33 anos que ganhou as eleições - representava o que eu pensava então que seria o futuro de Portugal: a condução dos assuntos do país entregue a uma geração culta e cosmopolita, que anos de oposição afastara de ideias de facilidade e que conhecia o país.
Com a sua morte - num 4 de Dezembro - comecei a entrever um destino mais confuso - ou antes, a antever a entrega do país a quem dele não tinha uma ideia, uma visão. Estava, porém, longe de supor que assistiríamos à demissão de toda uma classe - e de uma geração ? - e à entrega do poder a arrivistas medíocres, uns deles a roçar a mera delinquência.
A miséria a que conduziram o país e agora impera - em todas as acepções do termo, já que é ela a soberana - se não contribuiu para que ao poder volte gente mais preparada e mais densa tem, ao menos, a vantagem de ter feito cessar o grotesto espectáculo da bulimia.
Mas quando voltaremos a ter um primeiro-ministro com biblioteca?
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