quinta-feira, julho 05, 2012
O estado português distorceu até despedaçar o mercado de arrendamento. Fê-lo à custa do direito de propriedade, pela limitação da liberdade contratual. Parte foi oportunismo, parte falta de princípios e o restante aquele misto de ignorância e construtivismo social - que, em Portugal, esquerda e direita partilham.
O resultado de tudo isso, para além da liquidação física das cidades, com a perda de património cultural material e imaterial, foi forçar os portugueses à compra de casa, para que milhares deles não tinham meios.
Agora, querem devolver aos bancos as casas que deixaram de poder pagar e o Poder, que é sempre generoso com o dinheiro e direitos alheios, quer alterar o regime da garantia das obrigações.
Acontece, porém, que lá fora, os credores (que vivem no estranho mundo dos adultos), ao perceberem este delírio manso - mas devastador dos mais elementares e universais princípios do direito dos contratos, acabaram de explicar aos bancos portugueses que terão de assinalar as imparidades (perdas) que surgirão dessa mudança de regime, o que pode atrasar em anos a possibilidade de poderem financiar-se, por eles, no mercados, com a consequente escassez de crédito ...
Por uma vez estes imbecis vão perceber algo de muito simples: não há vantagens sem desvantagens. Perceberão?
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