segunda-feira, outubro 17, 2011

Enquanto isto (que tem a desgraça da verosimilhaça) continuam os indícios de que o regime - e o regime é, essencialmente, um estado autoritário e clientelar que, sem autocratas visíveis, (Pombal ou Salazar), retoma a sua feição química de colóide de vícios e bulimias em distintos graus de sufragação - entretém-se o país em teses e discussões e tentativas sobre o modo e o modelo de acção para desatar o nó que, sabemos, já não pode ser senão cortado. Falta o espírito resoluto de Górdio - que foi pai de Midas (e sem um nem outro, espera-nos a cantina).

Entretanto, enquanto o país definha, prossegue a bom ritmo a vandalização da Língua Portuguesa. Piores do que os pequenos burocratas iletrados a quem venderam cinco ou seis palermices para que ajudem ao crime, são aqueles intelectuais, escritores, poetas, com obras tão etéreas que se não controem com palavras, e a quem, por isso, a questão não interessa - De minimis non curat praetor.

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