Continuando. O ministro Severiano "[...] emitiu então um despacho a lembrar a necessidade de as Forças Armadas adoptarem um critério rigoroso no tipo de eventos em que participam. Para o ministro, a instituição militar tem de saber distinguir muito claramente o que sejam iniciativas de carácter histórico, científico ou cultural - nas quais a participação das Forças Armadas não levanta qualquer objecção.[...]"
El-Rei de Portugal, o Senhor Dom Carlos I foi, além de Chefe de Estado, Marechal-general do Exército português e Almirante, Comandante do regimento prussiano de infantaria nº 20 e do regimento britânico Oxfordshire Light Cavalaria e Almirante honorário da Marinha Britânica. Instituiu a Ordem do Mérito Agrícola e Indústrial [que a república continua a conceder...] e as medalhas de Serviços no Ultramar, Socorros a Náufragos e da Rainha Dona Amélia. Foi grão-mestre de todas a Ordens portuguesas, bailio e grã-cruz da Ordem Soberana de Malta, cavaleiro do Tosão de Ouro, de Espanha, da Jarreteira, da Grã-Bretanha, da Anunciada de Itália; grão-cruz das ordens de S. Maurício e S. Lázaro de Itália, do Cruzeiro do Sul, do Brasil; de Santo Estevão na Hungria; de Santo André, Santo Alexandre Newsky, Sant'Ana, Santo Estalisnau na Rússia; da Águia Negra da Prússia; dos Serafins da Suécia, da Ordem do Elefante da Dinamarca, etc.
Foi presidente da Academia Real de Ciências de Lisboa, protector da Universidade de Coimbra, académico de mérito da Academia Portuguesa de Belas-Artes, alto protector e presidente de honra da Sociedade de Oceanografia do Golfo da Gasconha, sócio honorário da Sociedade de Geografia de Paris, da Sociedade Zoológica de Londres e da Sociedade de Zoologia de França, sócio protector da Sociedade Espanhola de História Natural e sócio correspondente do Museu de História Natural de Paris. Recebeu as placas de prata e bronze do «Grand Prix» e Medalha de ouro da Exposição Internacional de Milão e a Medalha de ouro do II Congresso de Pesca e Aquicultura de Milão (cf. Nobreza de Portugal e Brasil T II).
O apertado critério do Severiano e do governo em geral deve ser o da mediocridade em que vivemos.
A ausência de individualidades é congruente, como se disse no post anterior e, quanto às forças armadas, seria quase uma afronta para a memória d'El-Rei D. Carlos I a sua presença por assentimento ou favor deste ou doutro severiano. Forças armadas merecedoras da honra de prestar homenagem ao Rei seu Marechal, compareciam primeiro e perguntavam depois.