sábado, novembro 26, 2005

Ouvia no "Expresso da meia-noite" um senhor defender com unhas e dentes o segredo de justiça, isto a propósito das escutas não irem parar aonde não devem, etc.
Aqueles senhores todos estavam a praticar um jogo muito jogado em Portugal e que consiste em fazer dos outros parvos: a Inglaterra não tem nada que se pareça com segredo de justiça e não é um paraíso de criminosos, bem pelo contrário. Estes senhores são adeptos - como qualquer pessoa - do segredo da e na investigação, mas isso nada tem a ver com segredo de justiça... são coisas diferentes... totalmente diferentes. Enfim...

Por justiça, parece que os senhores juizes querem sentar-se à mesa com o governo e conversar. Os juizes portugueses não leram Tocqueville - não leram mesmo, esse ou outro qualquer grande teórico da democracia - e desconhecem o pensamento anglo-saxónico. Por isso, não entendem que o poder judicial não tem - nem deve ter - poder ou vontade (power or will). Os juizes têm substancialmente razão em muito do que dizem; não podem é querer negociar. Negociar o quê?

O frio e a chuva chegaram.

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