sábado, setembro 10, 2005

Ofereci-me ontem, num momento de injustificada e condenável prodigalidade, uma caneta estupenda e tenho estado a experimentá-la. Escrevo frases soltas, faço cópias, e descobri que há muito, muito tempo não escrevo à mão. A escrita está quase ilegível e os meus músculos, os meus tendões, aquilo que mais fundo em nós, mas já longe, ainda reconhecemos invólucro de modos, de disposições, isso parece ter perdido a intimidade com o mim escrevente que, ia dizer “aqui de cima”, olhava a escrita que “lá em baixo” corria, azulada como um céu.
Isso perdi e não sei se reencontrarei.

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