sexta-feira, fevereiro 11, 2005

Com a noite, ontem, apareceu o spleen e, para o dissipar, mergulhei numa leitura mêcanica da correspondência de Eça, que estava ali, à mão de semear, e fui pela madrugada dentro. Acabei por recuperar a boa disposição, que veio sob a forma de uma honesta e firme sonolência, depois de muito rir com a confissão de Eça a sua Mulher de que estava bem mais preocupado com os seus negócios do que com os do país, então (1890), como agora, em estado pouco recomendável. Um pouco à frente, encontrei o relato das conversas entre El-Rei D. Carlos e Oliveira Martins em que ambos admitem a sua impotência perante a choldra. É bom reler estas coisas, para vermos que não piorámos, afinal, tanto. Não que sirva de verdadeiro consolo, mas faz-nos estar de guarda, e lembra-nos que esta gente é perigosíssima e que todos os cuidados são poucos (incluindo aqueles a ter com a carteira).

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