domingo, janeiro 09, 2005

Este tempo, muito frio, nítido e dourado, desperta em mim o estranho e resoluto desejo de ser convencionalmente paisagístico, uma ambição pictórica de habitar fundos e longes de retratos, o que mal se vê e se opõe - ou completa, é-me indiferente - às arquitecturas do primeiro plano, colunas, volutas, panejamentos, o varandim que suporta o gesto do retratado.
É um mero desejo de pousio, quase vegetal, viver entre o vinhedo sem folhas da tela, a ilustrar o campo recolhido e a desocupação dos homens.

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